quinta-feira, 25 de setembro de 2014
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[CONHECENDO O AUTOR] Entrevista Washington Albuquerque

Olá!
Hoje a entrevista é com o autor Washington Albuquerque, de O Extraordinário Mundo de Greta (resenha aqui).

 Vamos conhecê-lo?

Literalizando Sonhos - Quem é o autor Washington Albuquerque?
Washington Albuquerque - Geminiano de 92 e Curitibano apaixonado pela arte. Caminho ao lado da literatura, cinema, música e artes visuais desde cedo, e como autodidata. Apesar do carinho maior pela pintura, a literatura tem dominado cada vez mais minha vida.
Estudante de Publicidade e Propaganda, e espero que em breve também de Artes Visuais (FAP Let's try!). Trabalho na Yo! Tattoos & Dreadlocks! como tatuador e dreadmaker, e pintor em Curitiba. Tenho um grande apego também pela música, e apesar de fazer um bom tempo que não disponho de nada novo, ainda mantenho pequenos projetos disponíveis para os curiosos, tal como Amadeu.
Sou blogueiro no Um Gole de Utopia e sou de falar o que me dá na telha. Gosto de um bom bar, amigos e cerveja e sou cinéfilo e curioso nas horas vagas.

L.S. - Há quanto tempo você escreve?
W. A. - Para falar a verdade, eu não sei dizer – rs –, lembro que quando foi lançado o primeiro filme da trilogia O Senhor dos Anéis, eu ainda era bem pequeno, e depois de assistir, eu fiquei fissurado com aquilo tudo e acabei escrevendo umas doze ou treze páginas de uma continuação da história do Frodo, hilário, não? Mas eu creio que comecei realmente a transformar minhas ideias em textos na adolescência, com a necessidade de compor para minhas bandas e com meus projetos solos também, criando letras e poesias.

  L.S. - Como surgiu a ideia de escrever "O Extraordinário Mundo de Greta"? O que te inspirou a escrevê-lo?
W. A. -  Este livro foi algo especial. Meus primeiros 5 livros tiveram uma distinção violenta de gêneros, mas para a Greta eu precisava de algo novo, objetivo, limpo e que fosse a fundo e deixasse lacunas que pudessem ser preenchidas no futuro. Desde sempre eu tive um apego por teologia, sempre fui curioso com assuntos religiosos, espirituais e tal, então decidi escrever sobre um ceifeiro, mas não sabia como desenvolver, só tinha certeza de que era preciso reestruturar tudo, este é o motivo de eu ter separado o ceifeiro da “morte”, eu não queria usar referências diretas, por isso tentei deixar o menos apegado a qualquer segmento religioso possível. Enfim, com a ideia do ceifeiro pronta, eu precisava de um motivo para despertar a curiosidade dele. Assisti muitos filmes, e um deles que me inspirou foi Léon, com Jean Reno, onde ele é um assassino e todo seu caráter é transformado a partir do momento que ele conhece a personagem da Natalie Portman, ele é afetado pela curiosidade, a vulnerabilidade. Inspirado nisto, imaginei que estes detalhes tornariam o Amadeu um pouco menos “ser extraterreno” e mais próximo dos humanos, o fazendo querer experimentar coisas que até então não pareciam viáveis, e a menina é a ponte para tudo isto, o motivo.

L.S. - Quanto tempo você demorou para escrever "O Extraordinário Mundo de Greta"?
W. A. -  Levei aproximadamente 7 a 8 meses para concluir a história. Apesar dela ser curta, eu estava em um momento onde as palavras só vinham durante as noites e nesta época eu não podia me dedicar inteiramente a isto.

L.S. - Porque é que os leitores devem ler "O Extraordinário Mundo de Greta"?
W. A. - Olha, eu leio muitos elogios e bons comentários sobre o livro, mas a principal queixa é o tamanho. Sei que isto fugiu um pouco da questão, mas tem fundamento – rs –. Quando as pessoas se deparam com uma obra pequena, ou não querem comprar por achar que é de baixa qualidade ou é caro demais para tantas poucas páginas. O Extraordinário Mundo de Greta é uma obra com brechas propositais, eu tinha em mente que conseguiria evoluir, assim como também sabia que não seria viável tentar desenvolver uma história muito longa com a pouca experiência que eu tinha (não que agora eu tenha muito mais conhecimento, mas é uma grande diferença), por isto deixei assuntos pendentes na história, para poder desenvolver aos poucos, com vários volumes e assuntos específicos, para criar uma “ideia” completa. Agora, este é o motivo pela qual as pessoas devem ler OEMDG, não é apenas para ter aquela explosão de sentimentos com as reviravoltas que se passam neste primeiro livro, não é apenas para ficar curiosa sobre os Buscadores, sobre como/o que são os ceifeiros, sobre a relação dos personagens, é também para ter uma leitura breve, leve e compensadora e terem em mente que muito mais pode ser explorado ali, muitas conclusões podem ser tiradas e interpretadas.

L.S. - Como é sua rotina para escrever? Você tem alguma rotina para escrever, alguma disciplina, um horário determinado ou escreve quando surge oportunidade?
W. A. -  Ultimamente com a faculdade e os trabalhos de freelancer que ando fazendo, minha rotina está bem bagunçada, eu costumava escrever muito durante a noite, mas normalmente tenho usado este período para assistir filmes, séries e documentários e para blogar. Mas como, felizmente, ganhei um passe livre para dar prioridade aos estudos, costumo separar ao menos duas horas do meu dia para sentar e escrever, ou ao menos trabalhar na ideia para não me perder na história, mas também tem diferença do “eu” para outras pessoas, como eu sou hiperativo, a cada sentada para escrever eu só paro quando meus dedos começam a doer, pois tenho muitas ideias, claro que as vezes eu travo, mas não é muito comum, portanto isto me dá uma liberdade maior na questão de ter uma disciplina muito regrada.
Ah! Música, nunca pode faltar música.

L.S. - O que você está lendo no momento? Qual seu gênero de leitura preferido? E autor, algum preferido?
W. A. -  No momento estou fazendo três leituras, O Temor do Sábio de Patrick Rothfuss, Espinho de Prata do Feist e A Publicidade É Um Cadáver Que Nos Sorri do Toscani. Espiando aí já fica de cara que sou apaixonado por fantasia, eu sou louco por sci-fi, e também policiais ou dramáticos como Prece Para um Condenado do Higgins.
Acho que não consigo escolher um autor preferido, sou fissurado em diversos tipos de literatura, então fica um pouco complicado, mas se eu for listar alguns, poderia citar o King, Higgins, Rothfuss, Feist, Tolkien e claro Lewis, Poe, Lovecraft, Ian Fleming, Thomas Harris, Philip Pullman e o Reeve e principalmente Lewis Carroll e Jack London.

L.S. - O que acha da nossa literatura? Ou melhor, o que tens a dizer sobre a literatura nacional?
W. A. -  Esse é um assunto delicado. O Brasil, felizmente, vive um período de adaptação, evolução e necessidade de expansão. Nossa literatura sempre foi um segundo plano, acredito que devido a aquela velha mania de supervalorizar os escritores clássicos. Isso é besteira. Claro que devemos, no mínimo, conhecer os clássicos (que são bons demais, eu por exemplo sempre recomendo Memórias Póstumas de Brás Cubas, que é um clássico sem escalas), mas também é necessário mostrar as novas caras, e olha que aqui temos autores BRILHANTES, mas a grande maioria ainda está escondida sob as cobertas da negação do mercado editorial (que é visivelmente uma máfia capitalista), mas não vou entrar nestes detalhes. O Brasil tem muitos bons autores, arrisco dizer que é um dos países mais ricos em criação literária do mundo, mas o problema é o espaço no mercado que não os ajuda a serem lidos.

L.S. - Para você, qual importância dos blogs literários na divulgação de livros/autores nacionais?
W. A. -  Aqui eu posso complemente a resposta da pergunta anterior. Os blogs literários são VITAIS para a sobrevivência da literatura indie no país. O espaço que as editoras não disponibilizam para os bons autores, que muito querem ser lidos mas não surgem oportunidades, são preenchidos pelos blogs e sites literários, e é graça a estes que qualquer pessoa pode se arriscar no mercado literário nos dias de hoje. Eu sou um que devo quase tudo aos blogs, pois só consegui um mínimo de notoriedade e inspiração para não desistir, devido ao incentivo e bons comentários que recebi e ainda venho recebendo. A algumas semanas, até li em um blog uma matéria dizer que a moda agora é “blog literário”, e a autora descreveu uma imensa crítica. Eu quase vomitei sobre o monitor – rs –, aquilo foi ridículo, é maravilhoso os blogs literários serem “modinha”, existe uma moda melhor para pegar num país com uma taxa tão grande de analfabetos, e um índice tão baixo de cultura entre os jovens? Nunca vi em nosso país, as livrarias lotarem como lotam hoje, o mercado editorial está explodindo, os concursos literários não são mais apenas para os formados no ensino superior, estudiosos e pessoas cultas, escrever suas ideias e buscar inspiração já não é apenas para pessoas com poder capital maior, a literatura está engolindo o país, os ignorantes estão devorando livros, as pessoas perdidas estão acumulando conhecimento, e por mais que ainda o mercado nos empurre apenas leitura comercial, este já é um passo que demorou para ser dado e creio que tende a melhorar ainda mais.

L.S. - Quais são seus próximos projetos na área literária?
W. A. -  Eu estou um pouco perdido com “próximos projetos” – rs –. Estou com um livro “O Legado do Feiticeiro – Os Herdeiros da Terra de Mour” para ser lançado agora em Setembro, não sei ao certo como será a repercussão e tal. A princípio, estou trabalhando em duas histórias, uma delas é um “polícia pega ladrão”, conta a história de um detetive cheio de problemas que começa a investigar e caçar um psicopata, mas ao contrário do clichê que já conhecemos neste gênero, eu faço a narração de ambos em um mesmo capítulo, mas o psicopata de forma poética e o detetive de forma crua e real, em breve espero disponibilizar um trecho, mas por enquanto fica esse mistério, espero desenvolver ao menos uns 5 ou 6 volumes desta história, o enredo é longo e creio que demorarei muito tempo para concluir, uma vez que terei que dar muita atenção aos detalhes.
A outra é uma adaptação da web série “As Cinzas da Fênix”, que inicie e conclui a primeira temporada no meu blog. Eu tive que reconstruir a história, primeiro por já existir uma obra com este título e segundo, por eu ter visto potencial, eu criei um mundo completo, e vi a oportunidade de desenvolvê-lo de forma berrante, com criaturas, terrenos e um tempo e espaço único, a partir daí resolvi desmembrar a narração já feita e recomeçá-la do zero, mas ao invés de ser em 1ª pessoa, agora narrando em 3ª e a vida dos 3 personagens principais separados, creio que irá ficar mais interessante, logo tem uma palhinha também no meu blog. Fora estes dois, estou trabalhando em uma ideia para converter em uma peça de teatro, uma narrativa dramática e também uma crônicas sobre um escritor atormentado. E claro, ansioso para que O Legado do Feiticeiro seja um sucesso e assim eu poderei começar a escrever o segundo livro da série.

L.S. - Agradecemos pela entrevista. Gostaria de deixar alguma mensagem para os nossos leitores?
W. A. - Eu é quem agradeço a oportunidade, é mais do que importante para mim. Aos leitores, obrigado pela paciência. Se você gosta de ler, leia, devore livros, a única coisa que não possui limites é nossa mente, alimente-a e você sempre estará um passo à frente de tudo e todos, ofereça suporte aos novos autores, conheça os autores, conheça as novas obras, abraça sua mente para novidades, experimente! E se tu gosta também de escrever, não deixe para depois, faça um brainstorm e descarregue todas as ideias, não tenha medo nem vergonha, arrisque. E principalmente, semeie tudo o que tu puder do seu conhecimento, é assim que a literatura irá crescer em nossa país.



4 comentários:

  1. Olá Meninas!
    Adorei a entrevista!
    O livro parece ser bem legal!
    Bjos!

    www.leituravipblog.com

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  2. Oii tudo bem?
    Gostei bastante da entrevista e conhecer o autor, já gostei dele ser de Curitiba haha, o livro me pareceu ser boom (li a resenha *-*) esta de Parabéns pelas perguntas :D
    Beeijos - Doce Literário
    http://doceliterario.wordpress.com/ (tem post novo)

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  3. Ola
    Gostei da entrevista dele, tive a chance de ler o livro dele pelo book tour organizado por aqui e foi uma honra, pois a história foi bonita e mexeu comigo, ale´m de ter gostado da escrita de.e

    momentocrivelli.blogspot.com.br

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  4. Ola meninas, tudo bem?
    Adorei conhecer mais sobre o autor! É sempre bom conhecer um pouco mais sobre os autores nacionais, como começaram a escrever, o que os inspiram, como surgiram as ideias para seus livros...Parabéns por incentivarem a leitura de livros nacionais meninas, pois o mercado tem trazido gratas surpresas atualmente.

    Beijão ;*
    http://www.livrosesonhos.com/

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Quem Escreve

Aline (Li), taurina, turismóloga, paulista de Ribeirão Preto, apaixonada por séries de TV e compulsiva por livros (se estiverem em promoção, então..rs). Amo ler! :)



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Luciana (Lu), Ribeirão-pretana, virginiana e perfeccionista. Cake Design. Danço nas horas vagas por paixão e para relaxar. Amo artesanato, praia, filmes, seriados e claro, livros!

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